Les Voyelles En Français Et En Portugais
Documents Gratuits : Les Voyelles En Français Et En Portugais. Recherche parmi 300 000+ dissertationsPar sinai2008 • 27 Avril 2014 • 3 764 Mots (16 Pages) • 667 Vues
Vogais Francesas Produzidas por Falantes do Português Brasileiro:
Um Experimento Acústico
Izabel Christine Seara, Jaqueline Alves Scarduelli
Universidade Federal de Santa Catarina, Brasil
izabels@linse.ufsc.br
1. Introdução
Nas teorias sobre aquisição da linguagem, principalmente naquelas concernentes à aquisição
de segundas línguas (doravante L2), reconhece-se que existem diferenças no processo de
aquisição entre crianças e adultos. Crianças podem adquirir simultaneamente duas línguas,
enquanto adultos “resistem” à aquisição da L2, apresentando geralmente diferenças
importantes com relação a um falante nativo dessa L2. O mais habitual é que as crianças
dominem as duas línguas (língua materna e língua estrangeira) como se fossem nativos.
Como normalmente a maior parte dos estudantes das faculdades de Letras (Língua
Estrangeira) são adultos adquirindo L2, uma das preocupações dos professores é o sotaque
não-nativo desses alunos, alguns futuros professores de línguas estrangeiras.
O som não nativo da fala (sotaque estrangeiro) pode ser uma conseqüência das
diferenças entre a produção de uma ou outra língua em nível fonético, fonêmico ou
supra-segmental. Os falantes cujas duas línguas partilhem uma certa semelhança em
determinado fonema podem estabelecer para o referido segmento a mesma realização fonética
em ambas as línguas. Outra característica do “sotaque estrangeiro” é a diferença no inventário
fonético das duas línguas. Um som que não existe nalíngua materna (doravante L1) pode ser
substituído por um som semelhante ao da L1. Assim, a aquisição dos contrastes fonológicos
acionados na L2 tem grande importância na aprendizagem dessa língua e para a perda do
“sotaque estrangeiro”. Esse sotaque pode ainda ocorrer se as restrições fonotáticas de ambas
as línguas forem diferentes entre si.
Esta pesquisa apresenta alguns dos segmentos fonéticos que trazem dificuldades de
produção devido às diferenças entre os sistemas vocálicos do português brasileiro (doravante
PB) e do francês. São eles: as vogais nasais médiasabertas e as orais anteriores arredondadas
da língua francesa, inexistentes no PB.
Esta pesquisa dá continuidade a um estudo iniciado em 2004 sobre produção de vogais
da língua francesa por falantes nativos do português brasileiro, aprendizes de Francês como
Língua Estrangeira (FLE). Nesse primeiro estudo, foram avaliados três sujeitos, dois que
aprenderam o francês como L2 entre 5 e 8 anos de idade e o terceiro que aprendeu francês
como língua estrangeira, quando adulto. Em relação à experiência com a LE, dois deles a
usavam freqüentemente.
Na pesquisa aqui apresentada, buscou-se avaliar a produção de dois sujeitos que
aprenderam o francês em idade adulta, em um curso universitário de formação de professores
de francês, e o usam freqüentemente. Nosso objetivo é verificar os fatores: experiência e
idade de aquisição, comparando-os à pesquisa realizada em 2004. Além disso, pretende-se
também conhecer o perfil de pronúncia de futuros professores de francês.
Foram avaliados acusticamente e comparados a dados em francês os dois primeiros
formantes orais, responsáveis pelas informações referentes à altura e
anterioridade/posterioridade da língua no trato oral. As vogais em análise foram as orais
anteriores arredondadas [y], [œ], [ø]e as nasais médias abertas [], [].
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New Sounds 2007: Proceedings of the Fifth International Symposium on the Acquisition of Second Language Speech
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2. Estudos sobre as habilidades de produção e percepção na aprendizagem de L2
Para localizar o estudo aqui apresentado, necessita-se inicialmente de esclarecimentos sobre
alguns conceitos, tais como: interlíngua, transferência e fossilização. Interlíngua é um sistema
de transição criado pelo aprendiz de uma L2 durante o seu processo de assimilação
(Schültz, 2003). Essa noção de interlíngua foi associada, durante algum tempo, à hipótese da
Análise Contrastiva que simplesmente sugeria que, com a comparação de L1 com L2, se
poderia predizer os aspectos que o aprendiz da L2 teria dificuldades de adquirir. A noção de
interlíngua ressurge atualmente como uma maneira dese observar os diferentes estágios da
competência lingüística apresentada pelos aprendizes de L2, seja no nível fonológico,
morfo-sintático ou semântico.
Transferência é o aproveitamento de habilidades lingüísticas prévias no
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