Porquê a importância do Magrebe para Portugal

INTRO

Porquê a importância do Magrebe para Portugal:

- Política: interessa criar uma cintura de estabilidade pró-ocidental, com códigos de conduta política semelhantes aos europeus. Sem este pressuposto não há cooperação nem entendimentos válidos e duradouros. Esta cooperação aplica-se nas questões de segurança (terrorismo, pressão migratória clandestina, narcotráfico, contrabando, tráficos vários, atentados ambientais), questões sociais (educação, saúde pública, ambiente, direitos humanos) e económicas e políticas (formação de políticos, magistrados e agentes da autoridade, boa governação, transparência, combate à corrupção, etc). As ameaças à segurança que referi não são contidas nem solucionadas no próprio território europeu sem a cooperação dos países do Magrebe. É preciso exportar e integrar modelos político-partidários credíveis, criar uma oposição secular (partidos políticos fortes, parlamentos produtivos, uma sociedade civil autónoma). Portugal não tem contenciosos com nenhum país do Magrebe, o que lhe traz vantagens políticas que podem compensar a modéstia da sua dimensão económica. A experiência democrática portuguesa e a sua integração europeia é vista com interesse por vários destes países.

- Económica: O Magrebe constitui um importante mercado de consumo com 90 milhões de habitantes. Na era da globalização, a deslocalização de empresas é uma realidade. Para os países do sul da Europa, o Magrebe oferece condições aceitáveis neste domínio. A dinâmica do desenvolvimento regional favorece o fortalecimento de uma classe média na região (ainda muito frágil) e, por consequência, as empresas que aí investem. Em Marrocos, entre 1993 e 2003, Portugal foi o 7º investidor estrangeiro. Nos últimos anos, as empresas portuguesas venceram diversos concursos públicos neste país, totalizando perto de 260 MEUROS – a PT é responsável, em parceria com a Telefonica, pelo 2º maior investimento estrangeiro em Marrocos de sempre (2ª licença de GSM). Estão presentes em Marrocos mais de 80 dezenas de empresas de capital maioritariamente português, algumas das quais de grande dimensão. As exportações portuguesas para Marrocos aumentaram cerca de 20% em 2005, comparando com 2004. Muitos dos principais quadros internacionais presentes em Marrocos são portugueses. Também a Argélia começa a assumir gradualmente uma importância semelhante à de Marrocos, situação traduzida pela assinatura do Tratado de Boa Vizinhança e Cooperação que entrará em vigor no final deste mês. Constitui tb, à semelhança da Líbia, um mercado emergente a curto prazo pelas oportunidades que irá oferecer ao nível de infra-estruturas, turismo e mesmo energia. A Tunísia oferece um mercado mais reduzido mas também mais sólido, tendo sido capaz de criar uma classe média com poder de compra. Sectores como o turismo, a cortiça ou cimento são objecto de importantes investimentos portugueses. A exploração de petróleo na Mauritânia poder-se-á tornar num factor impulsionador para a sustentabilidade económica do país e para a atracção de investimento estrangeiro para grandes obras públicas. Os recursos naturais da região não são marginais: gás natural, petróleo, fosfatos e pescas constituem uma garantia de futuro para os investidores.

- Histórica

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