Sobre contato improvisação
Fiche de lecture : Sobre contato improvisação. Recherche parmi 300 000+ dissertationsPar Leonardo Dourado • 24 Décembre 2015 • Fiche de lecture • 1 075 Mots (5 Pages) • 908 Vues
INSTITUTO FEDERAL DE BRASÍLIA
Unidade Curricular: Contato-Improvisação
Professor: Diego Pizarro
Estudante: Leonardo Lima Dourado
CONTATO-IMPROVISAÇÃO: SUBJETIVO CONJUNTO
Este texto aborda como temática principal a dança Contato-Improvisação e as influências pessoais consequentes da prática e estudos realizados sobre ela durante o primeiro semestre letivo de 2013 do curso de Licenciatura em Dança do Instituto Federal de Brasília.
“A história do Contato-Improvisação começa nos EUA no início dos anos 70. A iniciativa de pesquisa de movimentos partiu de Steve Paxton [...]. Ele estava interessado em descobrir como a improvisação em dança poderia facilitar a interação entre os corpos, as suas reações físicas e como proporcionar a participação igualitária das pessoas em um grupo, sem empregar arbitrariamente hierarquias sociais.” (Carvalho Leite, 2005, p. 90-91).
A partir dessa citação é possível estabelecer definições referentes ao surgimento do Contato-Improvisação e as motivações que o tornaram possíveis. O objetivo era proporcionar uma nova experiência de dança na qual o valor maior estava no compartilhamento em dupla ou em grupo de forma democrática de movimentos, ou seja, as diferenças, tanto físicas quanto sociais e de gênero, eram colocadas em segundo plano para que a dança acontecesse sem hierarquias e sim com a participação de todos. Como é possível então facilitar a interação de corpos de forma democrática a partir da improvisação de contato? É necessário que antes da interação propriamente dita exista um trabalho individual no qual o dançarino perceba as estruturas corporais, como elas funcionam e como utilizá-las, além de reconhecer os sentidos e a influência deles no momento da dança de contato. Esse processo compreende o despertar dos sentidos.
O despertar dos sentidos é um processo de aguçamento dos sentidos corporais que, segundo Diego Pizarro, não se limita apenas ao cinco que se relacionam a órgãos específicos. Segundo ele “existem inúmeros sensores espalhados pelo corpo inteiro [...]. Cada célula possui receptores específicos para cada tipo de informação a ser recebida e repassada” (Pizarro, 2011, p. 98), ou seja, existem também inúmeros sentidos que, ao serem trabalhados, corroboram para uma melhorar experiência na improvisação de contato. Eu acredito que a melhor experiência para o aguçar dos sentidos é a prática da pequena dança – small dance --.
Citando José Gil (2004), a pequena dança:
“É o movimento microscópico que descobrimos no interior do nosso corpo e que o mantém de pé. Steve Paxton considera a ‘small dance’ a fonte primeira de todo movimento humano, uma vez que é ela que nos sustenta quando estamos de pé. Termos consciência do interior do corpo começa pela ‘observação’ da ‘small dance’ em nós.” (Gil, 2004, p. 109)
A meu entender é com a prática da pequena dança que todo o trabalho de Contato-Improvisação pode ser executado uma vez que a partir dela é possível aguçar o “outro sentido menos lembrado, o sentido da propriocepção.” (Pizarro, 2011, p. 98). “O sentido da propriocepção é o próprio sentido do movimento.” (Pizarro, 2011, p. 98), ou seja, é com este sentido que reconhecemos e respondemos aos estímulos que agem sobre nossas células. Durante as aulas me utilizo deste recurso como forma de aquecimento e também no momento de explicação de alguma proposta de exercício visando ampliar a escuta do meu corpo em relação aos estímulos externos. A pequena dança para mim é o momento primeiro de subjetividade que permite ao dançarino aguçar os próprios sentidos e preparar o corpo para a prática da dança, o que consequentemente facilita a interação entre corpos, o contato.
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